O Ministério da Cultura e o Instituto Sivis são responsáveis pelo Mural da Democracia, uma iniciativa realizada por meio da Lei Rouanet.
Mais do que uma linha do tempo, o mural revela como a liberdade, a dignidade humana, a igualdade e a participação foram se entrelaçando ao longo de nossa história para formar a base de uma vida comum sustentada por valores compartilhados.
Joaquim Nabuco (1849–1910)
Abolicionista, diplomata e escritor, Nabuco foi uma
das principais vozes contra a escravidão no Brasil.
Defendeu a liberdade, a igualdade e a dignidade
humana como fundamentos indispensáveis para a
construção de uma sociedade democrática.
Abolição da escravidão (1888)
O Brasil deu um passo decisivo rumo à democracia ao
pôr fim a um sistema que negava a liberdade e a
dignidade humana. Embora não tenha eliminado as
desigualdades herdadas da escravidão, o marco de
1888 abriu caminho para a luta contínua por
igualdade.
Sufrágio universal no Brasil
A conquista do direito ao voto foi marcada por avanços
graduais e longas exclusões: as mulheres só puderam votar a partir de 1932, e os analfabetos, apenas em 1988.A ampliação do sufrágio transformou o voto em expressão daigualdade, da participação e da cidadania.
Passeata dos Cem Mil (1968)
Realizada no Rio de Janeiro em 26 de junho, a manifestação reuniu estudantes, intelectuais, artistas e trabalhadores em resistência à ditadura militar. O ato tornou-se símbolo da luta pela liberdade e da força da participação popular na vida política do país.
Charge censurada em O Pasquim (anos 1970)
A proibição de conteúdos críticos expõe como o regime
militar restringia arbitrariamente a liberdade de expressão, transformando a censura em símbolo da ruptura democrática. Esse episódio recorda que silenciar a diversidade de vozes ameaça diretamente o pluralismo e o debate público, que sustentam a base da democracia.
Mário Juruna – Primeiro deputado federal indígena (1982)
Eleito pelo Rio de Janeiro, Mário Juruna tornou-se o primeiro indígena a ocupar uma cadeira no Congresso Nacional. Sua presença levou as vozes e perspectivas dos povos originários ao centro da política brasileira, reafirmando a importância da pluralidade e da cidadania na consolidação da democracia.
Eunice Michiles – Primeira senadora eleita (1987)
Ao conquistar uma cadeira no Senado Federal, Eunice Michiles quebrou barreiras e abriu caminho para a presença feminina na política brasileira. No entanto, a instituição demorou a assegurar condições básicas de igualdade e dignidade humana, implantando o primeiro banheiro feminino apenas em 2016. O episódio nos lembra que a conquista de direitos deve ser um compromisso constante.
Plebiscito Nacional (1993)
Durante o governo de Itamar Franco, o Congresso Nacional convocou a população a decidir entre República ou Monarquia, e Parlamentarismo ou Presidencialismo. O plebiscito representou um exercício de participação popular e cidadania, fortalecendo o debate público sobre os rumos do país.
Movimento dos Caras-Pintadas (1992)
Protagonizado pela juventude, o movimento dos CarasPintadas levou milhares às ruas em defesa do Estado Democrático de Direito e pela ética na política. Com os rostos pintados como símbolo de indignação e esperança, esses jovens mostraram a força da participação popular.
Urnas eletrônicas em comunidades tradicionais
O transporte das urnas eletrônicas até regiões quilombolas, indígenas e ribeirinhas simboliza a ampliação do acesso ao voto e o fortalecimento da cidadania.
Joaquim Barbosa – Primeiro ministro negro do STF (2003)
Empossado em 25 de agosto de 2003, Joaquim Barbosa tornou-se o primeiro ministro negro da história do Supremo Tribunal Federal. Sua presença na mais alta corte do país reafirmou a importância da igualdade e da pluralidade na vida pública.
Zilda Arns (1934–2010)
Médica e sanitarista, Zilda Arns dedicou sua vida à promoção da saúde pública e à proteção da infância. À frente da Pastoral da Criança, mobilizou comunidades em ações solidárias e associativas, mostrando a força da sociedade civil na transformação social. Seu trabalho é exemplo de subsidiariedade, em que a ação comunitária complementa e fortalece as políticas públicas, inspirando novos caminhos de cuidado e participação coletiva.
Marco Civil da Internet (2014)
Fruto de um processo participativo que envolveu sociedade civil, especialistas e representantes do setor de tecnologia, o Marco Civil da Internet consolidou direitos fundamentais para o uso da rede no Brasil. Ao garantir a liberdade de expressão online, tornou-se referência mundial em governança digital.
Urnas eletrônicas acessíveis em Libras (2014)
A adoção de recursos em Língua Brasileira de Sinais
ampliou o acesso ao voto para pessoas surdas, garantindo dignidade no processo eleitoral. Essa inovação reafirma o compromisso de tornar a participação política cada vez mais inclusiva e efetiva.
